Dias sem hora de fim….

Rosas são flores, nascem sem futuro, efêmeras como o amor…
Loucos e mundos dentro de vidas de um mundo só.
Quatro paredes e uma escrita sem fim, sofrimento é palavra velha e sem nada a acrescentar.
Culparia o mundo da desgraça que todos pensam viver se houvesse um mundo…mas são tantos os mundos como pensamentos, como as vidas vividas no limite de linhas e caixas.
Guardo pedaços de mim em almas de alguém, não posso ser tua sem falhar pela metade que perdi por aí….

Rosas pretas são mito… Tendências suicidas diriam….

Momentos diferentes em horas semelhantes….

Perco horas nas horas de alguém…

Esperava perder horas na solidão
E não sentir que o mundo era vazio
Esperava perder-me em braços
E perco me em horas de nada!

Troco de idéias a cada posição do ponteiro do meu relógio.
São horas que passo entre sim e não, entre o vou embora ou fico para sempre!
Houve horas que desejei não escrever e não saber que o sabia fazer….
Este caderno não tinha de vir comigo, não devia estar a sujar o seu branco com carvão do meu lápis.
Não devia, não devia, não devia repete o meu coração a minha mente enquanto a minha mão continua a deflorar este branco a matar palavras a tirar-lhe o valor, a dá-las a mim como prova que este dom não posso guardar na gaveta, ignora-lo e esperar que passe…eu escrevo porque amo a escrita mais do que me amo a mim, as minhas vontades e supostas verdades!

E depois de tudo, descubro que além de bruxa não sou genuína….

Hora de saudade…

Flores perdidas neste quarto sem fim, são dias assim perdidos algures na inocência de um sorriso teu que eu ainda procuro nas noites frias.
Hoje estou carente não de amor ou atenção mas de palavras de motivos por demais motivos de escrita.
Motivos que me façam mexer além do café e do olá com sorrisos trocados, não faz sentido tudo o que sinto e minto para não voltar a cair em braços que não são meus nem deviam nunca ser.
Escrevo prosas para não perder tempo nas palavras e nas rimas, descrevo universos que imagino nas horas que passo perdida no meu sonho…
Tenho tantas palavras e tantas idéias para pôr o mundo à minha maneira e mesmo assim nada me motiva a ser uma pessoa melhor.

E quando tudo parece mistério e nada me cativa aparece mais um mortal com vontade de beijos envenados noites perdidas e saudades de encontrar almas….

São arcos, são espelhos, são pessoas, são beijos e ainda historias para contar. Que ganho com isso? Anos perdidos, historias para netos, nódoas negras e alguma experiência…

Tento palavras sem vontade, sem sentimento, sem importância tento ser idiota, ser quem odeias virando o mundo ao contrario, mas que tenho mais a fazer se vou perder o tecto vou perder o chão e nada vai ficar quando eu virar o tabuleiro abrir mão e o jogo cair por fim… Perdoarias mentiras, palavras que aprendi a dizer para afastar o tempo e a falta de confiança que tu ou nós temos nas palavras das noites contadas em segundos de nada… Não estou triste com a vida que tenho nem com a vida que te dou, estou triste por não morrer nos braços de ninguém por ser mais forte que o veneno que deixo espalhado na minha cama quando te chamo para mim…

Idéias no sitio e algumas conversas que não pretendo acabar vou passando o dia à espera que a noite me leve para um mundo que todos os dias construo com regras e excepções à minha medida e semelhança.

Faz me bastante bem as coisas que escrevo no silêncio da noite enquanto ouço rosas e pinto estrelas no mundo só meu, onde só entram idiotas ou pessoas sem noção…

Minutos!

Mais um dia sem sentido nesta rotina que vou moldando ao meu mundo, tudo o que tem brilho, atrai e vai ser meu….

Se estrago vidro é porque amo gelo, se piso flores amo a morte.

Se não morresse não viveria, se não amasse não sofreria, se não perdesse não ganhava…

Tudo são escombros e tudo me agradou um dia.

Agora tenho tempo mas não tenho amor, quando tinha amor perdi tempo no entretanto.

Se escrevo pérolas matei flores, se escrevo versos morro em partes do tempo e sorrio vezes por vezes que não faço nada e fico à espera de quem me espera.

Noção de tempo, razão e justiça são exemplos de perder horas no mundo que nada meu tem e tem tudo o que é meu.

Especial….é palavra, verbo, saudade, desespero….abro portas à felicidade, o especial desfaz-se em borboletas que morrem no inverno!!

Horas que são dias…

À dias que não escrevia, apenas pensava em escrever… Dias que mentia ao papel deixando o em branco….

Horas apressadas

Horas são dias

Dias são poemas

De loucos.

Poetas banais

Poemas sem ideais

São poetas, são ruas

Pedras, calçadas

Marcadas em luas…

E a ideia ia ficando por aqui… Queria mais, precisava de mais… Nova tentativa…

“Loucos e criminosos”

Loucos sou eu

Se tu estás

Criminoso és tu

Quando levas palavras…..

Moral a baixar, nada de jeito por hoje, há dias assim…. Mas ainda tenho mais uma ideia, apenas mais uma….

Apresso o relógio

Ponteiro das horas

São sentidos que se perdem

Simples, não te ouço

Ponteiro dos minutos

São tudo o que tenho

Tudo o que tu não queres…

E assim depois de uma directa, escrevo de novo palavras sem sentido e se sentido lhe encontrasse estaria perdida no fim de um começo sem horas que são dias….