Mais do mesmo…

“Ano Novo Vida Nova”
Um dos meus clichés favoritos, tantas novas ideias o ideal de mudar o mundo, mas vamos lá ser realistas é apenas mais uma noite um dia que precede o outro.
As pessoas são as mesmas de tantos dias, os locais os mesmos mais uma vez.
A mudança não vem no tempo vem na alma.
Se nessa noite pensei em mudar, não. Se penso em mudar, por vezes sim, tento dar voltas a vida como se de um cordel se trata-se. As vezes mudamos e não damos por isso vamos deixando de estar nos meus sitios de falar com as mesmas pessoas, criando um vazio entre nós e que pensamos ser o nosso mundo. As razões as vezes do coração, outras de não haver mais nada ali, outras simplesmente não existem.
Amanhã temos a bagagem de ontem, vamos todos os dias aprendendo novos sitios novas pessoas, as antigas não perdem lugar perdem a vontade de um café.
Afastei o tempo como cortina para ver o que havia mais além, vi no futuro um escape para a solidão do presente, vi no amanhã o lenço das lágrimas de hoje e quando voltei ao ontem o dia tinha acabado, chegou mais uma noite e com ela as horas da escrita, do pensar do viver para mim.
No meu mundo vou vivendo, e por aqui vou estando…

“São todas iguais”

Tudo me abandona começando na vontade terminando na saudade
Perco pedaços por caminhos, perco te a ti por incapacidade
Não dou de mim parte, não trago de ti metade
Sinto a vontade de um abraço na imensidão de um fumo que me sufoca e deixa dor
Perco a vontade de olhar o céu não me sentindo a tua lua
Corro por labirintos de sonhos em busca da mentira das palavras que dizes como pontos finais!

Camadas retiradas pelo desgaste do tempo
Já não sei quando te olho se vejo um velho de companhia, ou um juvial olhar
As palavras gastas perdem a vontade de sair saem gestos coordenados
Alheios ao mudar das cores a chegada do frio ficamos no mesmo lugar
Uns dias temos luar
Outros tantos a companhia de quem nos trás alento
Viajamos por mundos paralelos, tantas vezes cruzados
De saída tu de entrada, se volto já estas a despedir te!

Presa nas palavras, em teias de enredos tais
Entre ruas verticais
Umas tão banais
Outras tão sujas e desalinhadas
Continuo de mãos dadas…

Lembro me

Depois de um fundo sentimento de tranquilidade enquanto tudo se desfazia em pó e me fugia por entre os dedos..
Perderam-se meses de angustia e tantas lágrimas, talvez as chore mais tarde agora entretenho me entre as verdades da saudade e o fumo de mais um cigarro.
Se de linhas tenho o caderno de desalinhos tenho a vida, pouco trago do passado e muito pouco carrego para lembrar no futuro.
Nestas noites enquanto te olho por entre as marcas que foram ficando não me importa para onde vais ou mesmo de onde vens, importa me o quanto dura este momento.

Cigarros!

Vicio, puro vicio…
Escadas ou mesmo uma varanda, dois dedos de conversa
Silêncios dolorosos, ideias indiscretas
Perguntas sem resposta
Respostas sem perguntas feitas
Uma dança de vontades, lágrimas por vezes
Já não há sentidos, sentimentos nem sei que são
Um cigarro duas verdades
Dois cigarros um sorriso demais
Três cigarros para o tempo
Vicio, puro vicio…